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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Em 2012...

Quero tudo novo de novo. 
Quero não sentir medo. 
Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.
Quero fins de semana de praia. 
Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. 
Quero ver mais filmes, ler mais, sair mais.
Quero um trabalho novo, quero ter momentos de paz. 
Quero dançar mais. 
Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. 
Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais.
Pensar mais e pensar menos.
Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. 
Quero me olhar mais. Colorir mais os cabelos. 
Tomar mais sol e mais banho de chuva. 
Preciso me concentrar mais, delirar mais, me organizar mais.
Não quero esperar mais, quero fazer mais, desenhar mais, cantar mais e mais. 
Quero conhecer mais pessoas. 
Quero olhar para frente e só o necessário para trás. 
Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa.
Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. 
Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. 
Experimentar mais. Quero menos “mas”.
Quero não sentir tanta saudade. 
Quero mais e tudo o mais. 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Por onde me procuras, doce Cinderela?!

Por onde me procuras, doce Cinderela?!
Se buscas o príncipe eu lhe quebro o sapato!
Eu que tenho sido a antítese dos contos e das fadas
Sou eu quem fecunda o lodo em que fostes criada
Eu que tenho a chave dos porões e sótãos
... Por onde me procuras, doce Cinderela?!
Eu sou o grito que antecede o parto
A lascidão das pernas quando foges do lobo
Sou o objetivo intrínseco da eterna procura
Sou a fonte de tudo que vc tem sido

De Rapunzel eu desfaço as tranças
Eu que rasgo véus e maculo lençóis
Por que me recusas à espera do claustro?!
Eu te espero na noite, doce criança
Não tenhas medo, eu te espero no escuro,
No final do corredor que te ensinaram a temer
Te espero na espiral do redemoinho,
Eu tenho a fonte do saber e do prazer
Vem comigo e não terás mais medo
E eu não te dou a mão, pois já te dei mil asas
E eu não te dou o mapa, pois se caíres perdida, ali está o tesouro
Eu não te dou o príncipe, pois quero te fazer Rainha

Por onde me procuras, doce Cinderela?!
De tudo tenho feito para que me enxergues
Já quebrei teus bibelôs, emaranhei teus cabelos
Rasguei teu diário de bons costumes,
Percorri tua espinha nos sonhos em que cavalgava os faunos
Fiz tremer tuas coxas nas noites sem lua
Eu que tenho doze nomes para que me chames
Eu que sangro treze luas para que me percebas!
Por onde me procuras, doce criança?!
Eu te espero com a taça cheia
E no doce do absinto te percorrerei cada veia.
Não temas quando me encontrares na encruzilhada,
Eu sou Lilith, a Rainha da Noite,
Beba da minha taça, se entregue ao êxtase
E finalmente me encontre, doce Cinderela,
Antes que o príncipe se apodere do trono

Texto de Jussara Machado

terça-feira, 13 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Radinho da Vovó - lição de vida


Um maravilhoso exemplo de desprendimento.

O radinho da vovó.

Carta enviada ao diretor de uma escola primária que ofereceu um almoço em homenagem às pessoas idosas da comunidade.

Durante o almoço, uma das senhoras convidadas ganhou um rádio, num sorteio realizado com os cupons que foram entregues na porta.

Ela escreveu uma carta emocionada em agradecimento aos promotores do evento.

Veja que LIÇÃO DE VIDA:

“Caros alunos e membros da direção:
- Deus abençoe a vocês pelo lindo rádio que ganhei em homenagem aos idosos! Tenho 84 anos e moro em um Lar de Velhinhos. Toda a minha família já faleceu e não tenho mais parentes.

Aqui no nosso Lar, divido o quarto com uma companheira mais idosa
(ela tem 95 anos de idade), que não pôde comparecer ao almoço por estar muito deprimida.

Durante muitos anos em que convivemos, ela teve um Radinho como o meu, que lhe fazia companhia constante.

Ela nunca permitiu que eu ouvisse o rádio dela, mesmo quando estava dormindo ou ausente.

Há algum tempo, no entanto, o rádio dela caiu e se espatifou no chão. Foi muito triste para ela, que chorou muito.
Então eu ganhei este rádio e, no dia seguinte ao almoço, ela pediu-me humilde e comovidamente para ouvi-lo e eu, olhando para seus olhinhos marejados, disse:
- Nem fudendo, sua velha filha-da-puta!
Obrigada por me proporcionarem essa inesquecível oportunidade"!

*texto recebido po email, não tem referência ao autor.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Londres na sua casa!

Sempre tive vontade de ter uma cabine telefônica estilo Londres em casa. Achei a idéia de aproveitá-la para guardar livros genial! Quero uma no meu quarto!!

Mouse Pimenta


Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer, aos 103 anos, postou: 
"PROJETAR BRASÍLIA PARA OS POLÍTICOS QUE VOCÊS COLOCARAM LÁ, FOI COMO CRIAR UM LINDO VASO DE FLORES PRÁ VOCÊS USAREM COMO PINICO. BRASÍLIA NUNCA DEVERIA TER SIDO PROJETADA EM FORMA DE AVIÃO E SIM DE CAMBURÃO."

domingo, 24 de julho de 2011

Perdas Necessárias

Esses dias perdi uma pessoa muito importante pra mim e pra toda a minha família. Uma amiga perdeu o noivo, as duas mortes repentinas e abruptas.  Outra amiga perdeu a mãe, que estava no hospital a alguns dias.
Me faz retornar, mais uma vez, aos questionamentos sobre a vida.
Ver como cada um reage à morte e como tiramos nossa lição desse doloroso momento em nossas vidas.
Eu pessoalmente reajo bem às perdas.
Claro que eu choro, sinto a dor. Mas sei que esse espírito sempre estará presente e nosso contato não termina por aqui.
Pra minha família, para Ettiene, para Heloisa, para Márcia Santarossa eu deixo aqui minha energia e o meu amor.
Que nesse momento doloroso vocês se lembrem que a Terra é apenas uma das moradas. As almas não se deixam. Sempre haverá um reencontro.
Feliz Encontro, Feliz Partida e Feliz Reencontro!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Conto de fadas para mulheres do séc. 21


 
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse: - Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
- Nem fo....den...do!
 
(Luís Fernando Veríssimo)

terça-feira, 5 de abril de 2011

JAPÃO por Monja Coen

           "Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: aguentar, suportar.  Educação para ser capaz  de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo  de duas maneiras. A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima. A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas. Filas de pessoas passando baldes cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
 

Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém.  Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área.  As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as  filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos – mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica,  alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques.  Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam.  Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave.  Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver.  Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta.  Desculpe pela minha dor, pelo minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo.  Sumimasem.
Quando temos humildade e respeito pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei.  Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico.  As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de  resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas.  Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia  o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória,  nada é seguro neste mundo,  tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo  está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra.  O planeta tem seu próprio movimento e vida.  Estamos na superfície, na casquinha mais fina.  Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos.  O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos.  E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas.  Todas eram e são pessoas de meu conhecimento.  Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência.  Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)


Monja Coen




quarta-feira, 9 de março de 2011

"Os homens não sabem dar valor às suas próprias mulheres. Isso deixam para outros." 
Oscar Wilde